29 fevereiro 2012

Mudança de nome

Verifiquei que já existe um Projecto Ervilha vencedor do Concurso de Ideias e Planos de Negócio Arrisca C. Esta competição, patrocinada entre outros pelo Parque Tecnológico de Óbidos, premiou com o troféu "Indústrias Criativas" uma ideia que propõe "o design como ferramenta no desenvolvimento da região, estabelecendo relações entre pessoas e profissionais".
Tendo sido premiado em 24 de Janeiro deste ano e que já teria estado preparado antes disso, vou supor que comecei este blog depois disso e vou alterar o seu nome. O seu a quem de direito.

Fica Projecto Ervilha Y para simbolizar todas as encruzilhadas e decisões na construção deste novelo de ideias.

21 fevereiro 2012

Da necessidades individuais - Alimentação (II)

A Comida é a terceira necessidade humana a que me refiro, até agora por ordem decrescente de urgência de satisfação.

É dos assuntos mais complexos sobre os quais pretendo opinar e que por isso mesmo mais simplificarei. Não é o meu ramo nem sou particular especialista em nutrição. Julgo mais pertinente, aqui, falar sobre como a alimentação pode ser um elemento importante de um projecto como este.

Para suprir as necessidades básicas de uma família no que toca a alimentação será sempre preciso ter acesso a uma área de cultivo. Para que essa cultura da terra seja eficiente, sob o ponto de vista de que o terreno próprio serve apenas a família em questão, é necessário diversificar as culturas e utilizar animais para complementar o ciclo biológico das plantas assim como providenciar outros benefícios.
Parte daqui que, estimando-se entre uma área mínima de meio hectare e uma área máxima de dois hectares e meio as necessidades de terreno disponível para o nosso grupo teste de três famílias, uma das maiores condicionantes ao espaço é a procura de auto suficiência alimentar.

Quanto à execução desta tarefa facilmente se chega à conclusão que é algo que não deixa tempo para mais nada que não sejam tarefas necessárias à produção agro-pecuária. Muito certamente exigirá a participação de todos os membros da família. Que não hajam dúvidas que será uma atividade nobre e da qual se retiram dividendos vários ao nível da qualidade da comida e saúde mental. É, no entanto, um trabalho a tempo inteiro e de sol a sol.

Outro ponto a ter em consideração é a eventualidade de haver uma má colheita, adversidades climatéricas, pragas, etc. No caso de uma comunidade fechada sobre si e até devido à proximidade de colheitas este é um risco a ter em conta, principalmente se for a única atividade praticada pela família.

Estas adversidades poderiam ser colmatadas pela organização do espaço comunitário na sua totalidade, evitando assim a obrigação de cada família ter de cuidar dos seu quatro elementos, mas para efeitos de simplificação de ideias ficarei por aqui e deixarei a questão da alimentação em comunidades mais alargadas para mais tarde.

Posto isto vou propor um desvio à questão da alimentação. Que se considere que os habitantes estão inseridos no tecido sócio-profissional do país em que vivem, que saem para trabalhar todos os dias e que seja daí que provêm os meios para obter alimentação. Mais tarde se poderá trabalhar a questão da melhoria da alimentação em comunidade.

Estou certo que voltarei a este assunto.

19 janeiro 2012

Das necessidades individuais - Água



"Os portugueses gastam uma média de 161l/dia/pessoa (de acordo com o INSAAR, INAG).
Aproximadamente 1/3 desta água destina-se às descargas dos autoclismos, outro 1/3 destina-se ao duche/banho, cerca de 20% é para a máquina de lavar roupa, e o resto é para os outros usos, como a limpeza da casa e a rega de plantas interiores. Apenas uma pequena parte, entre 3 a 6l (2 a 4%), é utilizada para cozinhar e beber."

Irei procurar sempre que hajam mecanismos de redundância. Como referido um dos pilares deste meu desfiar de pensamentos é o conforto. Não pode faltar água potável.
Desta forma, qualquer que seja a forma encontrada para abastecer a comunidade de água haverá sempre uma ligação a um serviço municipalizado, em bypass. Num mundo ideal pagar-se-ia apenas o aluguer do contador e nenhum débito de água canalizada. Para todas as outras situações paga-se a continha da água e ponto final. Vamos ver o que se pode fazer para criar o tal "mundo ideal".


Furos artesianos (poços):
A abertura de um furo artesiano reveste-se de alguns desafios:
O primeiro é de que tem de have água no subsolo da comunidade. Em princípio, podendo os furos irem até a profundidades como 900m, não deve ser complicado atingir um lençol freático.
Outra situação que não esperava é ter de pagar uma taxa de utilização dos recursos hídricos. Aparentemente o custo de utilizar água do solo é ... dissuasor. Veja-se um extracto das normas orientadoras para aplicação do Decreto -Lei n.º 97/2008, de 11 de Junho:


10 — Aplicação da componente O (artigo 10.º)

10.1 — Taxa aplicável às áreas vedadas de habitações [alínea d) do n.º 2 e n.º 7 do artigo 10.º]
As edificações em domínio público hídrico do Estado (DPHE) estão sujeitas à taxa expressa na alínea d) do n.º 2 do artigo 10.º (entre € 3,75 e € 5) e as áreas vedadas circundantes estão sujeitas à taxa unitária expressa na alínea g) do n.º 2 do mesmo artigo.


note-se que é um custo unitário. Cuja unidade é o metro quadrado! (ou metro linear em estruturas lineares - sejam elas o que forem). Ou seja, o custo anual de manter um furo artesiano estima-se em cerca de 5 euros por metro quadrado de construção. Uma casa de 10mx10m pagaria 500 euros por ano para utilizar água do subsolo! Esta é uma situação que gostava mesmo que alguém me provasse estar errado. 
Acrescente-se a isto a necessidade de tratar e manter vigiada a qualidade da água proveniente da captação. Vou supor que isto tudo se aplique a águas de nascentes e rios.

Compare-se com a taxa a pagar pela utilização de água para agricultura que é 0,05euros por m2. Se levarmos em conta que os gastos com rega na agricultura, especialmente nos meses mais quentes, são astronómicos, percebe-se a vontade de legislar no sentido de não haver consumos de água para edificações que não sejam fornecidos por serviços municipalizados ou empresas de distribuição de águas.

Vou deixar esta questão em aberto, por enquanto. Não vale a pena desistir do projecto de à primeira contrariedade. Se mais tarde surgir uma solução de fornecimento de água mais económica debruçar-me-ei sobre ela.

Podemos desenvolver a noção do custo da água na óptica da poupança por meios técnico.

Mas isso fica para outro post


nota: contestem as minhas fontes o que quiserem desde que acompanhados por fontes alternativas


fontes: Quercus, insaar.inag.pt, www.sondalis.pt (foi o primeiro site que me apareceu numa procura do google sobre furos artesianos), 

16 janeiro 2012

Das necessidades individuais - Respirar

Vou estabelecer uma ordem de prioridades no que diz respeito às necessidades do ser humano.

As necessidades iniciais serão mais óbvias pelo que por enquanto não devo ter dúvidas metafísicas quanto ao peso relativo de cada uma.

Por exemplo: a necessidade mais básica que me ocorre é respirar. Se ficamos sem respirar por mais de uns poucos minutos (entre 2 a 10) as funções básicas necessárias ao funcionamento do corpo humano vão cessando e morremos.

Suponho que posso estabelecer que respirar será a necessidade numero um de todos nós.

E agora... vou declinar a responsabilidade do projecto em suprir totalmente esta necessidade. Para todos os efeitos todas as considerações aqui serão no sentido de se ter o ar mais puro possível para se respirar. Mas irei considerar que não será preciso produzi-lo. Quem sabe noutro projecto :)

13 janeiro 2012

Numero máximo de famílias

Não consigo balizar este número. Não sem outras considerações que se seguirão. Qualquer estimativa ou processo lógico me parece demasiado precoce.
Vou assumir um número arbitrário que a qualquer momento pode ser reavaliado à luz de novas razões.

Aliás, creio que pode ser dado o mote para algo muito importante:

A qualquer momento, se se verificar que as considerações actuais podem ser consideravelmente melhoradas, todo o processo deve ser posto em causa e revisto.

Assumamos então... três famílias. Uma comunidade de doze pessoas.

11 janeiro 2012

Da população a considerar

Para quantas famílias se dimensiona a comunidade?

Uma das primeiras ideias foi pensar na população residente como o conjunto mínimo de especialistas necessários para manter a sustentabilidade do ecossistema comunitário. Poder-se-ia considerar que cada família, ou adulto, teria de contribuir para pelo menos uma das tarefas necessárias ao dia-a-dia.
No entanto tal especialização tornaria a comunidade demasiadamente dependente de unidades individuais, diminuindo a resiliência do projecto.

A sustentabilidade deve ser garantida ao nível da concepção, sem recurso a especialistas no terreno, retirando-os da equação do dimensionamento da população.

Voltando à questão inicial. Suponho que uma família de quatro unidades capazes de produção (i.e. adultos ou jovens adultos) seria o mínimo indispensável. No entanto e querendo aproveitar o efeito de escala julgo ser melhor aumentar a população.

Vamos pensar ao contrário. Qual seria o numero máximo de pessoas a considerar, então?