A Comida é a terceira necessidade humana a que me refiro, até agora por ordem decrescente de urgência de satisfação.
É dos assuntos mais complexos sobre os quais pretendo opinar e que por isso mesmo mais simplificarei. Não é o meu ramo nem sou particular especialista em nutrição. Julgo mais pertinente, aqui, falar sobre como a alimentação pode ser um elemento importante de um projecto como este.
Para suprir as necessidades básicas de uma família no que toca a alimentação será sempre preciso ter acesso a uma área de cultivo. Para que essa cultura da terra seja eficiente, sob o ponto de vista de que o terreno próprio serve apenas a família em questão, é necessário diversificar as culturas e utilizar animais para complementar o ciclo biológico das plantas assim como providenciar outros benefícios.
Parte daqui que, estimando-se entre uma área mínima de meio hectare e uma área máxima de dois hectares e meio as necessidades de terreno disponível para o nosso grupo teste de três famílias, uma das maiores condicionantes ao espaço é a procura de auto suficiência alimentar.
Quanto à execução desta tarefa facilmente se chega à conclusão que é algo que não deixa tempo para mais nada que não sejam tarefas necessárias à produção agro-pecuária. Muito certamente exigirá a participação de todos os membros da família. Que não hajam dúvidas que será uma atividade nobre e da qual se retiram dividendos vários ao nível da qualidade da comida e saúde mental. É, no entanto, um trabalho a tempo inteiro e de sol a sol.
Outro ponto a ter em consideração é a eventualidade de haver uma má colheita, adversidades climatéricas, pragas, etc. No caso de uma comunidade fechada sobre si e até devido à proximidade de colheitas este é um risco a ter em conta, principalmente se for a única atividade praticada pela família.
Estas adversidades poderiam ser colmatadas pela organização do espaço comunitário na sua totalidade, evitando assim a obrigação de cada família ter de cuidar dos seu quatro elementos, mas para efeitos de simplificação de ideias ficarei por aqui e deixarei a questão da alimentação em comunidades mais alargadas para mais tarde.
Posto isto vou propor um desvio à questão da alimentação. Que se considere que os habitantes estão inseridos no tecido sócio-profissional do país em que vivem, que saem para trabalhar todos os dias e que seja daí que provêm os meios para obter alimentação. Mais tarde se poderá trabalhar a questão da melhoria da alimentação em comunidade.
Estou certo que voltarei a este assunto.